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terça-feira, fevereiro 12, 2013

The incredible Brian May's technique

Não foi por acaso a 7ª posição como o "melhor guitarrista de todos os tempos", em enquete realizada em 2005, entre os ouvintes da famosa estação de rádio britânica Planet Rock. Não causou estranheza, a 26ª colocação entre os "100 melhores guitarristas de todos os tempos", em pesquisa realizada em 2011 pela conceituada Rolling Stone. Sem surpresas também o 2º lugar, em 2012, em enquete feita entre os leitores da Guitar World magazine, sobre o "melhor guitarrista de todos os tempos".

Quem já observou sua performance, e principalmente, escutou as estruturas e solos bem construídos e encaixados, em trabalhos/faixas como Brighton Rock, Son and Daughter, Killer Queen, Liar, White Queen, Death on Two Legs, Stone Cold Crazy, sem contar as também excelentes e mais badaladas Bohemian Rhapsody, We Will Rock You, Crazy Little Thing Called Love, A Kind of  Magic etc.. sabe de quem estou me referindo.

May e sua inseparável Red Special
Estou falando do excepcional, carismático e legendário guitarrista do Queen, Brian May (nascido Brian Harold May - B.19'Jul47), que com sua Red Special (construída com a ajuda de seu pai), "assombrou" e marcou o rock dos anos 70 com seu som tão típico e característico, aliado a sua absurda técnica com trêmulos, bends e tappings,  e principalmente, pedais delays em abundância, entre outros efeitos.

Sem delongas, veja abaixo o virtuosismo de May com o pedal de delay (ou pedal delay), bem como o peso do Queen nos anos 70, para quem acha que o grupo é somente Radio Ga Ga e I Want to Break Free. Repare que em alguns momentos do vídeo parece que são 02, 03 guitarras, quando na verdade é apenas uma (!) Incrível o tamanho eco.



Segue abaixo a pesada Son and Daugther, mais uma "pedrada na moleira", ou melhor, mais um "esporro sonoro", mostrando porque o Queen foi uma hard rock band setentista sem contestação, com Roger Taylor "descendo a mamona" nas baquetas, Freddie Mercury com seu vocal imponente, John Deacon com sua encorpada linha de baixo e Brian May riffando "sujo" como deve ser.   


Para finalizar, a melódica e melancólica White Queen numa filmagem de quase 40 anos (1975), em uma belíssima interpretação de Freddie, onde também é possível apreciar os delays, trêmulos e bends de Brian May muito bem executados. Puro feeling!! 




Brian May esteve no Brasil com o Queen em 03 oportunidades:
A 1ª em 1981, em uma única apresentação em São Paulo, no Estádio do Morumbi.
Na 2ª, vieram para se consagrar, em 02 duas datas no Rock in Rio de 1985, que foi, se não o principal momento no palco da carreira deles, um dos que lhes trouxeram maior visibilidade, pois, pasmem, quase 300.000 pessoas estiveram presentes!! Difícil falar deste festival e não lembrar da participação do público cantarolando junto a Freddie e Brian na balada Love of my Life, fato este inclusive que emocionou muito a dupla.
Na 3ª e última vez, retornaram 23 anos depois, em 2008, já com o projeto Queen+Paul Rodgers (fantástico ex-vocalista do Free, Bad Company e The Firm), com somente 2/4 da formação original da Rainha, o próprio May e o baterista Roger Taylor, onde apresentaram um setlist mesclado de sucessos do Queen e das bandas anteriores de Paul Rodgers.

Até a próxima!

segunda-feira, setembro 05, 2011

The legendary Dave 'Clem' Clempson

Antes tarde do que nunca. Achei ter certeza da data e vinha pensando em uma homenagem aqui no Cameleone, mas me equivoquei e quase deixo passar em branco o aniversário deste excepcional músico, que também não tem/teve da mídia o reconhecimento merecido ao longo de sua longa e indiscutível carreira de mais de 40 anos sob os holofotes.

Esse flertou com o blues, jazz, fusion, progressivo, hard, e até soul, tocando com inúmeros e conceituados músicos, tais como Jack Bruce, Cozy Powell, Jon Anderson, Billy Cobham, Bob Dylan, Elton John, Richie Havens, além de trabalhos recentes com os alemães da Hamburg Blues Band. Mas apesar deste vasto currículo, ele é e sempre será lembrado por sua passagem em 03 bandas: o power-trio Bakerloo Blues Line (68-69), que o lançou e fez parte do cenário da explosão do blues britânico no final dos anos 60; a seleção de músicos de primeiríssima qualidade no Colosseum (69-71) e o "peso, alma e lamentos" do endiabrado Steve Marriott e cia no Humble Pie (72-75).

Acreditem, apesar da passagem relâmpago deste maravilhoso músico nessas importantes bandas (se somarmos todo o período não temos 10 anos!), esse tempo foi suficiente para David 'Clem' Clempson (05Sep'49) deixar sua marca, seu legado, sua influência em cada uma destas.

Como já falei, no Bakerloo, além de terem feito parte do boom do blues inglês ao lado de bandas como a Savoy Brown, o Ten Years After, Fleetwood Mac, Chicken Shack etc, deixaram 01 álbum de estúdio gravado (existe também um registro live gravado na BBC). 
Tiveram também o privilégio de abrir para o recém formado Led Zeppelin, no Marquee Club, em londres, no longínquo ano de 1968, porém os planos foram interrompidos quando Clempson aceitou o convite do baterista Jon Hiseman, para se juntar a um dos baluartes do jazz-rock/prog na época: o Jon Hiseman's Colosseum, ou simplesmente, Colosseum.

Uma amostra da guitarra criativa e uivante do jovem Clem Clempson, segue abaixo no blues do Bakerloo. O vocal também é do próprio. Curtam!

No Colosseum encontrou músicos experientes do quilate do próprio Jon Hiseman, que havia feito parte da Graham Bond Organisaton, e depois dos Bluesbreakers de John Mayall, tudo isso junto ao amigo e saxofonista Dick-Heckstall Smith, também membro da banda; o tecladista Dave Greenslade, que em 72 formou o combo prog Greenslade; o carismático e marcante vocalista Chris Farlowe, que após o break-up do Colosseum foi tocar com o Atomic Rooster; o baixista Mark Clark, que rodou também por Uriah Heep, Rainbow, Billy Squier Band, Mountain, entre outros.. Em sua 1a passagem pelo Colosseum, Clempson, gravou 03 clássicos álbuns, referência no estilo, repleto de faixas longas e improvisos intermináveis. Foram eles: The Grass is Greener (1970), Daughter of Time (1970) e Colosseum live (1971), fechando um ciclo. Abaixo temos a clássica formação do Colosseum, tocando a viajante Rope Ladder to the Moon, de 1970, porém numa gravação de 1994, quando fizeram a reunião da banda. Detalhe: Da formação do vídeo, apenas o vocalista e o baixista não participaram da gravação original.
Da mesma forma que abandonou o barco no Bakerloo, não pode resistir também ao convite do vocalista e guitarrista Steve Marriott, para substituir o genial guitar-player Peter Frampton e fazer parte do quarteto Humble Pie.
No Humble Pie, encontrou a banda no auge logo após o recente lançamento do derradeiro álbum com a participação de Frampton, o badalado ao vivo, Performance: Rockin' the Fillmore, de 1971. Mas o que ninguém poderia acreditar é que o HP não só manteria esse status como também atingiria o seu melhor momento com Clempson integrado a banda, foi no registro posterior, no infalível de estúdio.. Smokin', de 1972. A matadora 30 Days in the Hole, o blues supremo I Wonder e o petardo Hot'n'Nasty, fazem parte deste trabalho. 
Depois seguem Eat it (1973), que contém a clássica Black Coffee; Thunderbox (1974) e Street Rats (1975), todos sem o mesmo brilho de antes, com a banda tendendo cada vez mais para o soul e fazendo muitas covers (para se ter uma idéia no Thunderbox, das 12 faixas, 6 são covers). A banda encerra atividades, retorna anos depois, porém sem a presença de Clempson.
Segue um vídeo do Torta Humilde, ops, do Humble Pie, com a participação das Blackberries, trio soul incorporado a banda na época.
Essa é classic rock e tem na sua Cameleone Radio 1 Station!
Por fim, nos resta parabenizar esse músico pelos seus 62 anos completos, sendo 04 décadas de rock, e porque não também, enaltecer sua inquietude, seu descompromisso com a acomodação, tentando sempre novos horizontes, confiando em seu potencial, isso serve de exemplo para oportunidades que temos na vida, mas por medo do "novo" deixamos de encará-las. Detalhe: Clempson fez testes também para o Deep Purple, assim que Ritchie Blackmore deixou a banda em 1975, mas o DP escolheu, o muito bom também, Tommy Bolin para as 06 cordas. Parabéns Dave 'Clem' Clempson!

quarta-feira, julho 27, 2011

Behind the Drum: Terry Bozzio

Pessoal,
excepcionalmente, o conteúdo dessa postagem não ficou a cargo do Cameleone Rock Blog. Na verdade o texto abaixo trata-se de uma colaboração mais do que especial do grande amigo (quase primo), Carlos Costa, radicado há mais de 15 anos nos Estados Unidos, atualmente em Saint Louis, e que nas horas vagas manda muito bem como baterista.
A idéia dessa participação deu-se quando recentemente fiz o post do Bill Bruford, em seguida recebi uma mensagem por email do Carlos, que já não lembro bem o teor da mesma, apenas me recordo que fazia menção ao grande batera Terry Bozzio, então encomendei a ele um texto que vocês conhecerão agora. Vai daí Carlão..

"Quando se pensa em rock'n'roll, automaticamente se pensa em guitarras.  Depois vem o baixo e assim sucessivamente. Os bateras vem por último.  Todo mundo conhece Keith Richards, mas nem todo mundo sabe quem é Charlie Watts. E ainda menos famosos que os bateristas das super bandas, estão os bateristas de estúdio, estes não chamam muita a atenção, mas se “passam despercebidos”,  com certeza não é por falta de talento.
 
Esse texto tem como objetivo honrar esses dois grupos de músicos, que apesar de não gozarem da notoriedade se comparados a músicos famosos, sem dúvida merecem nossa atenção. 

Focamos então no baterista americano Terry John Bozzio (B.27'Dec50) ou apenas Terry Bozzio, provavelmente o batera mais talentoso das últimas 02 décadas.
É importante dizer que Terry não é um músico de fácil aceitação, seja pelo som complexo e/ou alternativo que constrói, ou ainda por normalmente tocar de olhos fechados, fazendo caretas, meio que em transe, dramático.
Como ele mesmo já afirmou, é díficil para muita gente avistá-lo além de sua monstruosa bateria. Escondido atrás de 08 bumbos, 20 tons e 40 pratos, fica fácil de presumir que Terry se acha o “Deus dos Tambores”, mas todos que o conhecem dizem que é um cara bastante humilde, educado.
Mas quem seria Terry Bozzio?

Terry começou a tocar bateria aos 13, após ouvir ninguém menos que Ringo Starr comandando as baquetas por trás do Beatles.  10 anos após seu primeiro encontro com os tambores, Terry era o baterista de Frank Zappa, um dos grandes gênios da musica.  Frank Zappa sempre manteve os mais altos padrões quando se fala em bateristas.  Entre os bateras que fizeram parte dessa elite, podemos citar: Chester Thompson, Vinnie Collaiuta e Chad Wackerman, talvez os 03 bateristas mais técnicos do mundo.
Após se “graduar” na escola de Frank Zappa, Terry tornou-se um dos músicos de estúdio mais requisitados do mundo, tendo tocado com  Steve Vai, Warren Cuccurullo, Andy Taylor, Dweezil Zappa, Herbie Hancock,  Mick Jagger  e Jeff Beck.
Além das músicas as quais Terry contribuiu, uma de suas maiores contribuições ao mundo dos bateristas é o seu método de composição, baseado em complexos ostinatos (grupo de notas que não muda nunca, usado em música clássica pra dar uma certa unidade a música, ou então, ritmo teimoso, que se ouve ao longo de toda a música).

Atualmente, Terry é um dos clínicos mais bem conceituados no mundo das baterias. 

Há 03 anos, Terry aceitou a proposta de Don Lombardi (dono da DW Drums) e se juntou ao Drum Channel, onde comanda um show semanal.  No programa, podemos ver como Terry realmente é um grande músico tocando ao lado de outros "monstros" das baquetas, como John Moffett, o super batera de Michael Jackson e Elton John; Neil Peart (não necessita introduções) e o brasileiro Aírto Moreira (ex-Weather Report, Return to Forever, entre muitos outros).

Na última década, Terry foi essencial para o desenvolvimento de produtos top de linha, que vieram após Terry se juntar a Don Lombardo e a Andy Zildjian, da Sabian Cymbals.  Terry ajudou a DW a desenvolver vários tipos de pedais, capazes de operar os seus 08 bumbos e 04 ximbais.  Essa linha de produtos ajudou a DW a se tornar um dos maiores produtores de pedais do mundo.  Terry possui também a sua própria linha de pratos, os Radia, que ajudaram a Sabian a se tornar muito mais do que “o filho bastardo da Zildjian”.

Bateristas normalmente ficam escondidos atrás da banda, mas garantimos que esse artista merece a sua atenção. Para os que nao conhecem o trabalho de Terry, recomendamos uma simples busca no YouTube".  

domingo, julho 24, 2011

Happy Birthday Manny Charlton!!


O espanhol Manuel Charlton (B.25'Jul41), conhecido como Manny Charlton, ou Maneco, para os íntimos, célebre guitarrista da formação original da banda escocesa de hard-rock Nazareth, faz hoje 70 anos, isso mesmo torna-se um septuagenário.

Durante 02 décadas, no som cru do Nazareth, o peso nas 06 cordas,  juntamente com a distorção, Wah-Wah, slide (em quantidade e qualidade), fora outros efeitos, deve-se a este cara, perdão, a este senhor. Para quem ainda não conhece ou não deu a atenção merecida a banda, e consequentemente a este músico, confira o trabalho de perto desta fera, através das seguintes sugestões de "pancadas na moleira" do Cameleone: Changin' Times, Woke up This Morning, Vigilante Man, Called Her Name, Jet Lag (com o Manny usando talk box e tudo), para não falar nas triviais Hair of The Dog, Razamanaz, Morning Dew etc.

Manny Charlton, além de guitarrista acima da média, deu continuidade ao trabalho de Roger Glover (Deep Purple) na produção dos álbuns do Nazareth, nos anos 70, incluindo nesse contexto o clássico Hair of The Dog, lançado em 1975. O último trabalho como produtor da banda, foi o elogiado registro No Mean City (1978), justamente onde iniciou um trabalho de duas guitarras com o experiente Zal Cleminson (ex-Sensational Alex Harvey Band). 
Falando ainda em bastidores, Manny produziu também o debut solo do colega Dan McCafferty (vocalista do Nazareth).
Segundo dizem, Manny deixou a banda por divergências musicais e pessoais, em 1990, mesmo ano em que o Nazareth pela 1a. vez tocava no Brasil, infelizmente, já sem a presença dele.
Felicidades Manny Charlton!!

domingo, julho 03, 2011

Bill Bruford: One of the most solicited drummers of the progressive and Jazz rock scene

Poucos músicos podem se dar o luxo de ter no currículo a moral de ter comandado cozinhas de bandas do naipe de Yes, King Crimson, Gong, Genesis, Bruford Band, UK, Earthworks, ABWH Project (Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman, Steve Howe Project), entre outras..
Estamos falando do requisitado e disputado baterista e percussionista William Scott "Bill" Bruford (B.17'May49).

Para começarmos essa peregrinação, precisamos voltar na Inglaterra de meados dos anos 60 (66-67), quando Bruford fez parte da Savoy Brown Blues Band, junto ao jovem guitarrista e líder da banda, Kim Simmonds. Essa passagem relâmpago no SBBB não deixou registros fonográficos.

Pós sua 1a. experiência profissional, o destino de Bill Bruford seria o Yes, após o anúncio do mesmo na Melody Marker, chamando a atenção do vocalista Jon Anderson e do baixista Chris Squire, onde se colocava a disposição para uma nova empreitada. Seu 1o. desafio no Yes foi a fazer a Farewell Concert do Cream, em um Royal Albert Hall tomado de gente, isso ainda no final de 1968, antes deles lançarem seu 1o. album.
Seu 1o. período no Yes (68-72), rendeu 05 formidáveis álbuns de estúdio, principalmente os 03 últimos, foram eles: Yes (1969), Time and a Word (1970), The Yes Album (1971), Fragile (1971) e Close To The Edge (1972), e ainda uma curta aparição em duas faixas, no clássico LP triplo ao vivo, Yes Songs (1973), que na verdade eram shows das tours do Fragile e do Close To the Edge, e como Bruford saiu logo após a feitura deste último, as duas faixas correspondem a turnê do Fragile.

Ainda em 1972, atraído pela sonoridade complexa e experimental do grupo de rock progressivo King Crimson, Bill Bruford atende a convite do perfeccionista e disciplinado Robert Fripp, líder do KC, e assume as baquetas. A propósito, esta seria a banda pela qual ele ficaria mais identificado, devido ao longo período em que esteve envolvido, sendo 03 fases distintas: 72-74, 81-84 e 94-98. Durante estes fragmentados períodos, 16 registros oficiais foram, até o momento, catalogados, sendo metade em estúdio e metade em live performances. Lark's Tongues in Aspic, lançado em 73, segundo os críticos e fans, foi o álbum mais relevante de todo esse montante, curiosamente o debut de Bruford com o Rei Crimson. 
Em 1974, pela 1a. vez, Robert Fripp, encerra as atividades da banda.

Ainda neste mesmo ano, sem banda fixa, o andarilho Bruford, por somente 02 meses, fez algumas apresentações na Europa com a banda de prog e jazz rock Gong. Assim como no Savoy Brown, não deixou gravações oficiais, mas é possível encontrar bootleg(s) na web, porém com áudio de baixa qualidade.


Em 1975, Bruford dá uma contribuída nos álbuns de estréia dos ex-colegas de Yes, Chris Squire (Fish Out Of Water) e Steve Howe (Beginnings). No ano seguinte, um dos baluartes do rock progressivo, o Genesis, vivia situação atípica, delicada, quando seu frontman Peter Gabriel, 01 ano antes, decide seguir carreira solo e o seu substituto, é justamente o baterista da banda, Phil Collins. Sendo assim, Bill Bruford é contrado para dar suporte a Collins nos concertos, enquanto este cantava. O Album ao vivo Seconds Out, lançado em 1977, registra sua performance com o Genesis.

Ainda em 77, incansável, ele experimenta 02 novos projetos, a sua própria banda que leva o seu último nome Bruford, e o UK, um super grupo jazz-rock, co-liderado por seu ex-colega de King Crimson, o baixista e vocalista John Wetton, contando ainda com o experiente e fora de série Allan Holdsworth (ex-Tempest, Soft Machine, Gong, Tony Williams Lifetime e a própria Bruford band) e o tecladista e violinista Eddie Jobson (ex-Curved Air, Roxy Music, entre outros). Com a Bruford band, lançou oficialmente 04 álbuns, sendo 01 destes ao vivo. Em 2006 foi lançado mais um live deles, gravado em 1979. 
Com o UK, deixou 02 álbuns gravados, 01 de estúdio e 01 live, este último gravado em 1978, porém lançado em 2007.

No começo dos anos 80, mais precisamente em 1981, Robert Fripp retorna com o King Crimson e o convida novamente. Foram mais 03 álbuns de estúdio até novo término em 1984. No final do ano seguinte ele envereda de vez para o jazz-fusion, compondo uma nova banda chamada Earthworks, mesclando instrumentos tradicionais do jazz como trompete, saxophone, contra-baixo acústico com eletrônica. Esse projeto vem produzindo álbuns esporádicos nestes últimos 25 anos.

No final dos anos 80, depois de mais uma "briga feia" no Yes, ele é chamado (sempre ele) por Jon Anderson, para fazer parte de um novo "Yes" ou um "Yes II", o ABWH Project (Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman, Steve Howe), que não pode usar a marca "Yes" na época, pois Chris Squire havia permanecido no outro "Yes" (?!)

Ele retornaria ainda ao "verdadeiro" Yes, no começo dos anos 90, para mais um registro em estúdio, o álbum Union, lançado em 1991, que aliás poderia muito bem ser chamado de reunion, pois trazia 08 integrantes de várias incarnações da banda. 
Por fim, em meados dos anos 90, ele retorna pela 3a. e última vez ao King Crimson e continua o trabalho paralelo com a sua banda Earthworks.

Há poucos anos, por vontade própria, aposentou-se dos palcos, mas ainda assim cabe aquela pergunta: Será que se pintar mais um projeto na linha prog, fusion, jazz-rock, será realmente que ele irá declinar ??

sexta-feira, abril 22, 2011

Terry Kath, um guitar hero não reconhecido

Quando hoje entre amigos falamos ou por alguma razão lembramos da banda Chicago, o que inclusive é pouco comum, cometemos um grave erro por somente lembrarmos que foi a banda que revelou o vocalista Peter Cetera ou então por ser aquela banda das baladinhas If you leave me now (anos 70) ou Hard to say I'm sorry (anos 80), entre outras..
Na verdade o Chicago, ou originalmente, o Chicago Transit Authority, foi muito mais que isso, trata-se de um combo muito interessante, com um naipe de metal fora de série, digo, o saxofonista e flautista Walter Parazaider, o trombonista James Pankow e o trompetista Lee Loughnane, além do baterista Danny Seraphine, e com 03 vocalistas totalmente distintos: o tecladista Robert Lamm, o baixista Peter Cetera e o guitarrista Terry Alan Kath, ou simplesmente, Terry Kath (B 31'Jan46 D.23'Jan78).

Kath foi um dos fundadores do grupo em 1967 ao lado da turma acima, e toda a impressão equivocada que tínhamos deles foi por água baixo quando fizemos a audição do 1o. album, o homônimo, Chicago Transit Authority, lançado em Abril de 1969. Nesse petardo todas as doses são equivalentes, digo, a voz já destacada ou de fácil assimilação do jovem Peter Cetera, que também faz um trabalho nas 04 cordas excelente, o teclado e a voz já firme (com postura) de Robert Lamm, a trinca de metais soberba, preenchendo o espaço sem excesso, e o peso, distorção, alanvancadas, sujeira, selvageria, efeitos, pegada rocker, solos infinitos, de Terry Kath, além do seu muito bom e requisitado timbre de voz soul. Diz a lenda que em um show da banda, no Whisky a Go-Go em Los Angeles, 1968, quando abriam para Jimi Hendrix, Parazaider escutou de Hendrix: Esse guitarrista é melhor que eu!! 
A nossa percepção é que com o passar dos anos, pós este 1o. registro, é que num todo a banda tende para o lado comercial, não digo um pop descarado, mas as canções não trazem mais uma elaboração tão grande como antes, a parte de sopro parece estar mais presente, e com isso perde força a guitarra de Kath, apesar de ainda encontrarmos músicas onde ele prevalece. 
Lamentavelmente, acidentalmente, Kath dá fim a própria vida brincando  de roleta russa com uma pistola semi-automática onde acreditava estar descarregada, isso prestes a completar 32 anos.

Não deixem de escutar faixas como: It better end soon, Liberation, Free form guitar, Listen, Poem 58, 25 or 6 to 4, Takin'It On Uptown, entre muitas outras e vejam o que ele já fazia ou aprontava no final dos anos 60 e começo dos 70. 


Será que algum dia esse excepcional e subestimado músico terá o reconhecimento não só dos fans, mas também da mídia ?
Detalhes do Cameleone: Participam em 28 de Fevereiro de 1970 do Festival da Ilha de Wight, e segundo o site Wikipedia, o set list da banda incluiu as músicas "25 or 6 to 4," "Beginnings" e "I'm a Man",  sendo a performance deles o que houve de mais relevante (destacada) na noite; Em 1996, a banda lança uma espécie de tributo ao seu guitarrista original, o album Chicago Presents The Innovative Guitar of Terry Kath, mas cá entre nós, muita coisa boa ficou de fora; Terry Kath era tão habilidoso que conseguia ser guitarra solo e rítmica, simultaneamente; ele era um músico autodidata, como dizemos no popular, aprendeu a tocar de ouvido. 

segunda-feira, abril 11, 2011

Paul Chapman.. pé quente!

UFO: Phil Moog, Pete Way, Paul Chapman, Andy Parker e Michael Schenker

A escolha do timbre ideal, o encaixe do acorde perfeito, o peso na medida exata, os riffs, distorções e fraseados precisos, tudo isso misturado a um pouco de sorte, fizeram do guitarrista Paul 'Tonka' Chapman (09 Jun'54), um sucessor no UFO a altura do fenomenal alemão Michael Schenker, isso há pouco mais de 30 anos.

Essa história hoje contada, faz Chapman, o respeitado músico, rir, porém na época causou um grande frio em sua barriga, pois o grupo vinha de uma sequência de grandes lançamentos que o fizeram largar o rótulo de space rock band para se tornarem um dos ícones do hard rock, e eles, lógico, não gostariam de perder esse status tão cedo.

Destino ou não, Chapman já havia tido uma experiência com a banda de Phil Moog e Pete Way, entre meados de 1974 até o começo de 75, como guitarra base para os longos e pesados solos de Schenker, na época não deixou material gravado, entretanto participou da extensa tour e promoção do clássico album Phenomenon, lançado em Maio de 74. Deixou a banda por divergências musicais. 

Em sua 2a. passagem, 1978, o foco de nossa matéria, Chapman retorna novamente como guitarra rítmica, participa do album ao vivo Strangers in the Night, tem seu nome creditado no registro, e é surpreendido com o anuncio oficial da banda para assumir a lead guitar após a desistência de Schenker, que no auge do sucesso retorna ao seu berço, ao lado do irmão Rudolf e cia, aos Scorpions.  

Seu primeiro grande teste chama-se No Place to Run, album lançado em 1980, que reúne material inédito gravado em estúdio e que nos apresenta um arsenal de classic hits, tais como a faixa título que dá nome ao album, e ainda as porradas Gone in The Night, Mystery Train, Young Blood, Lettin' Go, entre outras (muitas dessas inclusive você encontra aqui na Cameleone Radio 1). Como prova da manutenção do status dos tempos de Schenker, basta dar uma conferida no vídeo deles em Dortmund, Alemanha, 1980, onde a banda se apresenta no consagrado programa de TV alemã RockPalast. Fragmentos deste concerto podem ser encontrados no You Tube, conforme o vídeo abaixo. Este show também traz uma outra mudança com a entrada de Neil Carter, nos teclados e guitarra, no lugar de Paul Raymond.

 
Depois seguem The Wild, The Willing and The Innocent (1981); Mechanix (1982) e por último Making Contact (1983), todos em estúdio, e que se não foram tão brilhantes como o NPTR, apresentaram faixas indispensáveis até hoje lembradas pelos fans, desde os mais antigos e radicais aos mais jovens. Não deixem de ouvir: Chains Chains, Long Gone, as baladas Profession of Violence (principalmente o solo desta) e Terri, Makin' Moves, The Writer, Back into my Life, Diesel in the Dust, When It's Time to Rock, etc..
Curiosidade do Cameleone: Chapman, ainda adolescente, fez parte da banda Skid Row, em 1971, em substituição ao irlandês Gary Moore.

domingo, abril 10, 2011

John Mayall e o seu faro para novos talentos

Já não bastasse ser considerado um dos pais do blues inglês, ao lado de Cyrill Davies e Alexis Korner, o veterano bluesman john Mayall (29 Nov'33), tem também uma nobre virtude reconhecida: Ter sido um grande descobridor de jovens músicos na fértil década de 60, pois através dos seus Bluesbreakers, lançou uma infinidade de promissores instrumentistas que viriam a ter carreira sólida em diversas bandas nos anos 70.
Vejamos a importância de Mayall neste processo:


- Eric Clapton, que apesar de não ser "cria" de Mayall, pois já havia despontado nos Yardbirds anos antes, teve uma baita visibilidade tocando 01 ano ao seu lado. Depois do clássico álbum "John Mayall with Eric Clapton", lançado em 1966, Clapton trocou a banda de Mayall pela construção da sua própria, o mais conhecido power trio do Rock/Blues, o Cream;



- Jack Bruce, o baixistas dos baixistas, também teve uma breve experiência como  bluesbreaker, e apesar de não estar presente em nenhum álbum da época, é possível localizá-lo em ação com Mayall através da coletânea Primal Solos, numa gravação ao vivo em 1965, no Flamingo Club, em Londres, ao lado de Clapton;




- 3/4 do Fleetwood Mac (Peter Green, John McVie e Mick Fleetwood), aconteceu na banda de Mayall, isso por volta de 66-67, mas não chegariam, os três juntos, a ter um registro oficial lançado na época, entretando, coletâneas lançadas décadas depois revelariam gravações do período, com esta formação;




- Mick Taylor, foi o sucessor de Peter Green, chegou ainda adolescente aos Bluesbreakers com 17 anos, em 1967, fez excelentes trabalhos, mas acabou saindo em 1969, após convite irrecusável da dupla Mick Jagger e keith Richards para intergrar os Rolling Stones, na época desfalcado de Brian jones que havia morrido misteriosamente, supostamente afogado após mais uma noitada regada a bebidas e drogas. Detalhe: o show de estréia do garoto fui o famoso concerto dos Stones no Hyde Park, em 1969, abrindo para o King Crimson de Robert Fripp, Greg Lake (futuro ELP) e cia;


- Aynsley Dunbar (Aynsley Dunbar Retaliation), Keef Hartley (Keef Hartley Band), Dick Heckstall-Smith, Tony Reeves e Jon Hiseman (Colosseum), Andy Fraser (Free), Colin Allen (Focus, Stone the Crows), Larry Taylor e Harvey Mandel (Canned Heat), foram alguns dos músicos que ora formaram sua própria banda no final da década de 60, ora foram membros de importantes bandas fusion, prog, blues da década seguinte.

terça-feira, março 29, 2011

Jack Bruce e a sua predileção por power-trios

Com  praticamente meio século de vida artística, este baixista, conceituado e cultuado pela mídia e fans, é um quase obcecado por trios ou power-trios. Recordamos abaixo suas passagens mais relevantes.

No começo de sua carreira, após passar pela Blues Incorporated de Alexis Corner, pela organização de Graham Bond e pelos Bluesbreakers de John Mayall, Bruce, forma ao lado de Eric Clapton e do baterista Ginger Baker, seu antigo colega de Graham Bond, um dos mais famosos (talvez o mais famoso) power-trio da história do rock... o Cream. Esta reunião de gênios (em todos os quesitos) durou apenas 02 anos, tempo suficiente para o grupo se tornar imortal.
Tentando recuperar-se do tempo perdido, no começo dos anos 70, Bruce envolve-se em outro trio que era chamado pelo 2° nome de cada músico: West, Bruce and Laing, que na verdade eram o guitarrista Leslie West e o baterista Corky Laing, ambos vindos de outro power-trio, o Mountain, recém separado.
Após 03 registros (02 de estúdio e 01 live), a banda se disolve.
No começo dos anos 80, Jack Bruce bebe da fonte novamente e junta-se ao guitarrista Robin Trower e ao batera deste, Bill Lordan, formado o BLT.
10 anos depois, no começo da década de 90, outra tentativa, agora ao lado do irlândes Gary Moore e com o retorno do seu antigo parceiro de cozinha, Ginger Baker, formando o BBM, onde lançam um album de estúdio.
Estamos no século XXI, mais precisamente em 2005, e após quase 40 anos de muita especulação de um retorno, o Cream está de volta para algumas noites no clássico Royal Albert Hall, em Londres. Como era esperado, casa cheia, com direito a vários figurões na platéia, entre eles o guitarrista Brian May (Queen) e o  vocalista Robert Plant (Led Zeppelin), Bruce, recém operado de uma delicada cirurgia de estômago, mantém o timbre, a linha de baixo marcante, a pegada de sempre, detonando todos os clássicos da nata. Deste reencontro é lançado um DVD e um CD duplo dos shows.

 Ligeiro engano para quem achou que este Sr. de quase 70 anos (14 May'43) fosse parar por aí, ufa-ufa.. em 2008 ele reativa a parceria com Robin Trower e dispara 01 CD de estúdio e outro ao vivo dos concertos desta reunião. Detalhe: a banda é um power-trio.
Qual será a próxima parada, perdão, o próximo desafio, hein Mr Bruce?