domingo, julho 03, 2011

Bill Bruford: One of the most solicited drummers of the progressive and Jazz rock scene

Poucos músicos podem se dar o luxo de ter no currículo a moral de ter comandado cozinhas de bandas do naipe de Yes, King Crimson, Gong, Genesis, Bruford Band, UK, Earthworks, ABWH Project (Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman, Steve Howe Project), entre outras..
Estamos falando do requisitado e disputado baterista e percussionista William Scott "Bill" Bruford (B.17'May49).

Para começarmos essa peregrinação, precisamos voltar na Inglaterra de meados dos anos 60 (66-67), quando Bruford fez parte da Savoy Brown Blues Band, junto ao jovem guitarrista e líder da banda, Kim Simmonds. Essa passagem relâmpago no SBBB não deixou registros fonográficos.

Pós sua 1a. experiência profissional, o destino de Bill Bruford seria o Yes, após o anúncio do mesmo na Melody Marker, chamando a atenção do vocalista Jon Anderson e do baixista Chris Squire, onde se colocava a disposição para uma nova empreitada. Seu 1o. desafio no Yes foi a fazer a Farewell Concert do Cream, em um Royal Albert Hall tomado de gente, isso ainda no final de 1968, antes deles lançarem seu 1o. album.
Seu 1o. período no Yes (68-72), rendeu 05 formidáveis álbuns de estúdio, principalmente os 03 últimos, foram eles: Yes (1969), Time and a Word (1970), The Yes Album (1971), Fragile (1971) e Close To The Edge (1972), e ainda uma curta aparição em duas faixas, no clássico LP triplo ao vivo, Yes Songs (1973), que na verdade eram shows das tours do Fragile e do Close To the Edge, e como Bruford saiu logo após a feitura deste último, as duas faixas correspondem a turnê do Fragile.

Ainda em 1972, atraído pela sonoridade complexa e experimental do grupo de rock progressivo King Crimson, Bill Bruford atende a convite do perfeccionista e disciplinado Robert Fripp, líder do KC, e assume as baquetas. A propósito, esta seria a banda pela qual ele ficaria mais identificado, devido ao longo período em que esteve envolvido, sendo 03 fases distintas: 72-74, 81-84 e 94-98. Durante estes fragmentados períodos, 16 registros oficiais foram, até o momento, catalogados, sendo metade em estúdio e metade em live performances. Lark's Tongues in Aspic, lançado em 73, segundo os críticos e fans, foi o álbum mais relevante de todo esse montante, curiosamente o debut de Bruford com o Rei Crimson. 
Em 1974, pela 1a. vez, Robert Fripp, encerra as atividades da banda.

Ainda neste mesmo ano, sem banda fixa, o andarilho Bruford, por somente 02 meses, fez algumas apresentações na Europa com a banda de prog e jazz rock Gong. Assim como no Savoy Brown, não deixou gravações oficiais, mas é possível encontrar bootleg(s) na web, porém com áudio de baixa qualidade.


Em 1975, Bruford dá uma contribuída nos álbuns de estréia dos ex-colegas de Yes, Chris Squire (Fish Out Of Water) e Steve Howe (Beginnings). No ano seguinte, um dos baluartes do rock progressivo, o Genesis, vivia situação atípica, delicada, quando seu frontman Peter Gabriel, 01 ano antes, decide seguir carreira solo e o seu substituto, é justamente o baterista da banda, Phil Collins. Sendo assim, Bill Bruford é contrado para dar suporte a Collins nos concertos, enquanto este cantava. O Album ao vivo Seconds Out, lançado em 1977, registra sua performance com o Genesis.

Ainda em 77, incansável, ele experimenta 02 novos projetos, a sua própria banda que leva o seu último nome Bruford, e o UK, um super grupo jazz-rock, co-liderado por seu ex-colega de King Crimson, o baixista e vocalista John Wetton, contando ainda com o experiente e fora de série Allan Holdsworth (ex-Tempest, Soft Machine, Gong, Tony Williams Lifetime e a própria Bruford band) e o tecladista e violinista Eddie Jobson (ex-Curved Air, Roxy Music, entre outros). Com a Bruford band, lançou oficialmente 04 álbuns, sendo 01 destes ao vivo. Em 2006 foi lançado mais um live deles, gravado em 1979. 
Com o UK, deixou 02 álbuns gravados, 01 de estúdio e 01 live, este último gravado em 1978, porém lançado em 2007.

No começo dos anos 80, mais precisamente em 1981, Robert Fripp retorna com o King Crimson e o convida novamente. Foram mais 03 álbuns de estúdio até novo término em 1984. No final do ano seguinte ele envereda de vez para o jazz-fusion, compondo uma nova banda chamada Earthworks, mesclando instrumentos tradicionais do jazz como trompete, saxophone, contra-baixo acústico com eletrônica. Esse projeto vem produzindo álbuns esporádicos nestes últimos 25 anos.

No final dos anos 80, depois de mais uma "briga feia" no Yes, ele é chamado (sempre ele) por Jon Anderson, para fazer parte de um novo "Yes" ou um "Yes II", o ABWH Project (Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman, Steve Howe), que não pode usar a marca "Yes" na época, pois Chris Squire havia permanecido no outro "Yes" (?!)

Ele retornaria ainda ao "verdadeiro" Yes, no começo dos anos 90, para mais um registro em estúdio, o álbum Union, lançado em 1991, que aliás poderia muito bem ser chamado de reunion, pois trazia 08 integrantes de várias incarnações da banda. 
Por fim, em meados dos anos 90, ele retorna pela 3a. e última vez ao King Crimson e continua o trabalho paralelo com a sua banda Earthworks.

Há poucos anos, por vontade própria, aposentou-se dos palcos, mas ainda assim cabe aquela pergunta: Será que se pintar mais um projeto na linha prog, fusion, jazz-rock, será realmente que ele irá declinar ??

4 comentários:

Miss Y disse...

Particularmente não duvidaria de uma participação do cara em algum trabalho, mesmo considerando todas as "contrariedades" que presenciou nos lugares onde escreveu sua história. Se rolasse um convite interessante, parceiros idem, para produzir ou compor, algo bem intimista, acho que ele topava viu... rs

Cameleone Rock disse...

Oi querida!

Também espero que sim, apesar do anúncio de sua aposentadoria e do focus em sua autobiografia recém-lançada.

Já imaginou surgir um 4o. convite do Fripp? rs

Abs!

Sid disse...

Bill Brufford, um dos maiores bateristas da história do rock. Geralmente, sempre relegado a segundo plano quando falam de prog rock, com monstros como Carl Palmer e Alan White. Quem tiver oportunidade, deve escutar o album Seconds Out do Genesis de 77, onde se pode ouvir a fina performance deste monstro. Ou ainda pode conferir a performance quase jazzistica da fase 78 - 80 do cara na apresentação filmada pela BBC em 79, Rock Goes to College, com o fantastico Allan Holdsworth (ex-Soft Machine) na guitarra. Não devemos nos esquecer da técnica discretissima, mas brilhante na fase inicial do Yes, onde tocou até 72, após a gravação do classico Close to the edge.

Cameleone Rock disse...

Fala grande Sid!

Estamos preparando para breve o Top TEN dos bateristas e espero mais uma vez contar com os seus comentários adicionais.
Concordo com toda a sua observação e o que me chama a atenção também é a capacidade do Bruford de se adequar, de se adaptar, tipo um camaleão.. o cara rodou muitas bandas e sempre mantendo a mesma classe. Incrível!

Abs!!