terça-feira, novembro 20, 2012

Other curiosities about the british blues scene (40 years ago)


John Mayall: Pilar, ícone, fundamental.. sua história se confunde com o blues inglês.

Olá pessoal!

A explosão do blues inglês, já falada aqui em um post passado, ocorrida entre meados e o final da década de 60, além de ter revelado ao cenário musical da época uma leva sem fim de talentosos músicos e grupos magistrais, teve como uma de suas peculiaridades, o fato de ter como figura central de cada banda um guitarrista, pois vejam:

 - Peter Green's Fleetwood Mac (Peter Green, Jeremy Spencer e Danny Kirwan), Savoy Brown Blues Band (Kim Simmonds), Chicken Shack (Stan Weeb), Ten Years After (Alvin Lee), Bakerloo Blues Line (Dave 'Clem' Clempson), Jethro Tull (Mick Abrahams e Martin Barre), Climax Chicago Blues Band (Pete Haycock), Free (Paul Kossoff) etc.. que se não eram o "ator principal do elenco", eram peças importantes da engrenagem.  

Ten Years After on stage: lugar ideal para uma free improvisation.

Uma outra coincidência é que muitas dessas bandas tinham em seu lineups, precoces (prodígios) músicos, que apesar da pouca idade já se destacavam em seu instrumento. Podemos citar aqui o baixista Andy Fraser, que fez fama no Free com o  seu solo antológico na clássica Mr. Big, no festival da Ilha de Wight, em 1970, mas que antes, em 1968, teve uma passagem rápida ao lado de um dos pais do blues inglês, o veterano bluesman e multi-instrumentista John Mayall, fazendo parte de uma das encarnações dos Bluesbreakers.
Detalhe: Fraser na época, pasmem, tinha de 15 para 16 anos. Um adolescente. 
Bluesbreakers: J. Mayall é o 2º da esq para a dir. A. Fraser é o 2º da dir para a esq.

Outra descoberta também de Mayall (para variar sempre ele), foi o guitarrista Mick Taylor, que aos 17 anos foi convidado a fazer parte dos Bluesbreakers em substituição a Peter Green, que se desligava da banda para montar o Fleetwood Mac. 
Taylor ficou na banda de 67 à 69 quando se juntou aos Rolling Stones em substituição ao saudoso Brian Jones.
60's: Bluesbreakers em ação com o jovem M. Taylor ao fundo a esq.

O exímio guitarrista Pete Haycock, fera do slide (vide as tracks Come on into my kitchen, Country Hat e So Many Roads, só para ficar nestas), foi outra jovem promessa a aparecer na cena de Stafford (Inglaterra) em 1968, com apenas 17 anos, ajudando a montar na época a Climax Chicago Blues Band. Ele ficou na banda até 85, depois seguiu carreira solo, fora uma passagem relâmpago na Electric Light Orchestra, no começo dos anos 90.  

Veja abaixo o estrago que esse garoto fazia nos tempos da Climax Blues Band:
 
 

Outra curiosidade é que derivado de muitas das bandas citadas acima, nasceram outras de mesmo sucesso de público e crítica, como por exemplo, o Foghat, aclamada banda de blues-rock e boogie dos anos 70, que nasceu "literalmente" do Savoy Brown, quando 03 de seus membros (o guitarrista base e vocalista Dave 'Lonesome' Peverett, o baixista Tony Stevens e o baterista Roger Earl), em 1970, deixaram o SB na mão (leia-se o mentor Kim Simmonds), para montar este novo projeto. 
Foghat: 3/4 dos membros-fundadores vieram do Savoy Brown.

Por sua vez, o Savoy Brown, já em 71, não ficou atrás e "roubou" do co-irmão Chicken Shack (que já havia perdido a vocalista Christine Perfect em 70 para o Fleetwood Mac) os substitutos para a lacuna deixada pelos 03 músicos. Vieram então: Paul Raymond, Andy Silvester e Dave Bidwell. 

S. Brown: Capa do lendário Street Corner Talking já contando com os ex-Chicken Shack. 
Outra clássica "rasteira", foi o pedido de desligamento, em 1967, em sequência, de Peter Green, Mick Fleetwood e John McVie, todos então oriundos dos Bluesbreakers de John Mayall que saíram para formar o Fleetwood Mac.
Windsor Jazz & Blues Festival em 1967: Fleetwood Mac debut ainda sem McVie.

Do embrião também dos Bluesbreakers nasceu em 1968, o conceituado combo de prog e jazz-rock, Colosseum, formado pelo baterista Jon Hiseman, pelo saxofonista Dick Heckstall-Smith e o baixista Tony Reeves. Depois vieram Dave Greenslade para os teclados e James Litherland, guitarra e vocais. 

Na foto os ex-Bluesbreakers Tony Reeves, Jon Hiseman e Dick Heckstall-Smith já como Colosseum.

Da série participações e parcerias, seguem alguns encontros interessantes e outros nem tanto, até inusitados, como por exemplo a passagem do até então desconhecido baterista (e hoje renomado), Bill Bruford, pelo Savoy Brown entre 66 e 67, antes de se encontrar no Yes e fazer fama na cena progressiva (King Crimson, Gong, Genesis, UK etc).


Bacana e bem interessante foi a participação da dupla de guitarristas Stan Weeb (Chicken Shack) e Miller Anderson (Keef Hartley Band) no Savoy Brown do guitarrista Kim Simmonds, em 1974, no álbum Boogie Brothers. Se um duo de guitarras já nos cativa imaginem 03!
 
Duas lendas juntas: Stan Weeb e Kim simmonds no SB de 74.

E o que dizer da participação de Dave Mason, ele mesmo, membro fundador do Traffic, no álbum Time do Fleetwood Mac em 1995 (?!) Tudo bem que o estilo da banda não tinha relação alguma com o FM dos sixties, mas essa parceria soou bem estranha na época. A sonoridade da obra inclusive é meio um country music.
Quem diria: Dave Mason (2º da esq para a dir.) no FM dos anos 90.

E o lendário batera do Ten Years After Ric Lee ? Este andou colaborando com o Savoy Brown, ou melhor, colaborando com Kim Simmonds, inclusive existe registro em vídeo dessa reunião, trata-se do show da banda, na época um trio, gravado no Big Mama, Roma, Itália, em 2000. Veja abaixo:


Até mais!

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